Fernando Sousa, por trás dos códigos, das interfaces, A Olho Nu.
Olá! Que bom ter você aqui, dedicando um tempo para conhecer um pouco mais sobre quem sou eu, Fernando Sousa, por trás dos códigos, das interfaces e da filosofia "A Olho Nu". Minha história, como a de muitos, é uma mistura de paixões descobertas cedo, reviravoltas inesperadas e uma busca constante por conhecimento, tanto no mundo exterior quanto no universo interior.
Minhas primeiras "Sprints"
Tudo começou em Orlândia, uma pequena cidade no interior de São Paulo. Embora eu tenha nascido em Valença do Piauí, filho de pais migrantes que buscavam uma vida melhor, foi em Orlândia que minhas raízes de infância se firmaram e onde a faísca da tecnologia me encontrou. Aos 8 anos, ganhei meu primeiro computador. Naquela época, acesso à internet era artigo de luxo, especialmente no interior. Meus guias eram os poucos livros que encontrava na biblioteca municipal e as conversas com o monitor de lá, que pacientemente respondia às minhas perguntas incessantes sobre aquela máquina mágica.
Lembro-me vividamente de um episódio que marcou essa fase, por volta dos meus 9 anos. Ganhei uma cópia pirata – um CD branco com "NFSU2" escrito à caneta, dentro de uma capinha amarela – do icônico Need for Speed Underground 2. A ansiedade para jogar era imensa, mas a frustração foi igualmente grande: meu modesto computador simplesmente não dava conta do recado. O que um garoto curioso faz numa situação dessas? Sem manuais, sem tutoriais no YouTube (que nem sonhava em existir como hoje), comecei a desmontar e montar o PC. Peça por peça, na esperança ingênua de que, de alguma forma mágica, reorganizar aqueles componentes faria o jogo rodar. Claro que não funcionou e ainda me rendeu um belo castigo, mas aquela experiência plantou uma semente: a de entender como as coisas funcionam por dentro, de não aceitar limitações sem antes tentar superá-las com as próprias mãos. Tempos depois, com muito custo, consegui uma plaquinha de vídeo arcaica que finalmente me permitiu acelerar pelas ruas virtuais de Bayview. Mais do que a diversão, ficou a lição: a persistência e a curiosidade abrem portas (ou, no caso, rodam jogos).
Essa curiosidade me acompanhou. Aos 15 anos, no ensino médio, tive meu primeiro contato mais formal e acadêmico com a tecnologia ao ingressar no curso técnico em Tecnologia da Informação na Etec Alcídio de Souza Prado. Ali, o que era intuição e experimentação autodidata começou a ganhar nomes, conceitos e métodos. Programação, redes... um universo se descortinava. Foi um período intenso: conciliar as matérias regulares do ensino médio com a carga do curso técnico e, ainda por cima, mergulhar em um terceiro universo fascinante: a segurança da informação.
Segurança da informação e os meus primeiros projetos
Paralelamente aos estudos formais, um amigo começou a me treinar em segurança da informação. Foi uma imersão em um mundo diferente, de análise de vulnerabilidades, de pensamento estratégico para proteger sistemas. Essa experiência prática foi fundamental. Comecei a desenvolver minhas primeiras ferramentas, inicialmente para uso pessoal, para organizar meus estudos e minha mente – que já fervilhava com tantas informações novas. Foi nessa época, entre os 15 e 16 anos, que comecei a ganhar confiança, a definir focos e a conhecer pessoas importantes nesse ecossistema.
Um marco desse período foi minha participação no desenvolvimento do jogo Relic Hunters Zero. Atuei no apoio à programação da lógica e da física do jogo. Era um projeto ambicioso, inicialmente bancado pelo Governo do Estado de São Paulo e por empresas privadas, que visava mostrar o potencial de jovens trabalhando em equipe. Foi uma experiência incrível, que me ensinou muito sobre colaboração, prazos e a complexidade de transformar uma ideia em um produto funcional e divertido. O jogo existe até hoje, mantido pela comunidade, o que me enche de orgulho.
Além da TI e da segurança, minha mente inquieta me levou a explorar também o Marketing, que comecei a estudar à noite. Eu queria entender não apenas como criar a tecnologia, mas como comunicá-la, como conectar as soluções às pessoas.
A Virada de Chave: Mudança, Recomeços e Novos Horizontes em Floripa
No entanto, a vida, muitas vezes, nos apresenta curvas inesperadas. No final de 2016, devido a dificuldades financeiras familiares, tivemos que deixar Orlândia às pressas. Deixei para trás não apenas a cidade, mas também o ensino médio, o curso técnico em TI, os estudos de marketing e os projetos em andamento. Foi um baque. Tudo que eu vinha construindo nos últimos dois anos, em uma fase crucial de formação do meu caráter e da minha identidade profissional, pareceu desmoronar.
Chegamos à região da Grande Florianópolis, em Santa Catarina. Confesso que me senti perdido. Como recomeçar? Continuei meus estudos de segurança à distância, mantendo o contato com meu mentor, mas precisava encontrar um novo caminho aqui. Foi então que descobri o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), o campus Palhoça Bilíngue (Libras), e um curso que chamou minha atenção: Comunicação Visual. Como já tinha tido contato com Marketing e Design por causa dos jogos, e a área visual sempre me interessou, pareceu uma oportunidade interessante. Era gratuito, bastava ser sorteado. E a sorte sorriu para mim. Fui sorteado, entrei no curso e ali finalizei meu ensino médio, agregando mais uma camada de conhecimento ao meu repertório.
Florianópolis se revelou um mundo de novas possibilidades. A diferença cultural em relação à pequena Orlândia era gritante. Aqui, encontrei um ambiente vibrante, cheio de oportunidades, novas pessoas e relacionamentos que abriram minha mente. E foi aqui que a vida me reservou um dos seus melhores presentes: conheci a Carla Maria, minha atual esposa. Uma mulher incrível, empreendedora, proprietária da Pipo Loucos Pipocas Artesanais. Hoje, tenho a alegria de não só compartilhar a vida com ela, mas também de atuar como diretor de tecnologia na nossa empresa familiar, apoiando-a em todas as frentes. A vida também me trouxe a Ana Clara, enteada querida, hoje uma adolescente de 14 anos, que ilumina nossos dias.
A Busca Interior: Misticismo, PNL e a Filosofia "A Olho Nu"
Paralelamente à minha jornada profissional e acadêmica – hoje curso Bacharelado em Engenharia de Software, buscando sempre aprofundar meus conhecimentos técnicos –, sempre houve uma busca interior muito forte. Sou uma pessoa naturalmente mística, curiosa sobre os porquês da vida, sobre os mistérios que nos cercam. Essa busca me levou à Ordem Rosacruz, a AMORC, onde sou um Neófito. Encontrei ali um caminho de autoconhecimento, um espaço para refletir sobre a existência e a confirmação de que não estamos sozinhos nesta jornada. A Ordem me ajuda a trilhar um caminho de luz, humanidade e compreensão mais profunda do universo e de mim mesmo.
Essa busca por entendimento não se limita ao espiritual. Sou fascinado pelo funcionamento da mente humana, o que me levou a estudar Programação Neurolinguística (PNL) no Instituto Homni, com o professor Luis Augusto. Concluí os cursos Equilíbrio, Practitioner, Master e Atitude, e cada um deles abriu novas perspectivas sobre comunicação, comportamento e potencial humano. A PNL não é apenas um conjunto de técnicas para mim; é uma ferramenta para entender melhor as pessoas ao meu redor, meus clientes, minha família e, claro, a mim mesmo. Ajuda-me a refinar minha comunicação, a alinhar expectativas e a construir relacionamentos mais sólidos e transparentes.
Minha filosofia de trabalho, "A Olho Nu", nasce dessa confluência de experiências. Ela reflete meu desejo de transparência radical, de comunicação sem filtros. Quero que meus clientes me vejam como sou, com minhas qualidades e até minhas vulnerabilidades, e que sintam a segurança de que estão vendo o processo de desenvolvimento de forma clara. Mas "A Olho Nu" também é sobre como eu vejo o cliente: buscando enxergar suas reais necessidades, muitas vezes ocultas sob as demandas superficiais, entendendo suas dores e seus sonhos. É um convite à conexão autêntica. Esse conceito é tão central para mim que o carrego tatuado na mão esquerda, um lembrete constante do meu compromisso.
Na mão direita, carrego outro símbolo com grande significado: o "Penta Fé", da edição da Citadel do livro "Mais Esperto que o Diabo" de Napoleon Hill. Hill é uma grande influência para mim, especialmente este livro e "As Regras de Ouro". Suas ideias sobre autoconhecimento, superação de medos e armadilhas mentais, e a busca por um propósito definido ressoam profundamente com minha própria jornada e com a filosofia que busco aplicar na vida e no trabalho.
O Presente: Tecnólogo, pai de família e músico
Hoje, aos 25 anos, minha vida é um equilíbrio dinâmico entre esses diferentes mundos. Continuo atuando como Desenvolvedor Web freelancer sempre que possível, com uma paixão especial por criar minhas próprias aplicações – aquele impulso de construir ferramentas que começou lá atrás, com o menino curioso de Orlândia, segue vivo. Ao mesmo tempo, dedico boa parte do meu tempo e energia à Pipo Loucos, nossa empresa familiar, onde atuo como Diretor de Tecnologia, mas na prática visto muitas camisas para apoiar a Carla e fazer nosso negócio prosperar. É um desafio gratificante unir tecnologia e empreendedorismo em um ramo tão saboroso quanto o das pipocas artesanais!
A vida familiar é meu porto seguro. Compartilhar a jornada com a Carla e acompanhar o crescimento da Ana Clara me traz uma alegria e um senso de propósito imensos.
E nas horas vagas? A busca por conhecimento continua: estudo inglês e espanhol por conta própria, buscando ampliar minhas formas de comunicação e acesso à informação. E há a música! Sou percussionista, uma paixão que me permite extravasar, conectar com o ritmo e expressar emoções de uma forma completamente diferente da lógica dos códigos. É mais uma faceta dessa busca por expressão e conexão.
Olhando Adiante...
Minha trajetória até aqui foi marcada pela curiosidade, pela busca incessante por conhecimento – técnico, humano, espiritual – e pela capacidade de recomeçar e me adaptar. Cada desafio, cada mudança, cada pessoa que cruzou meu caminho contribuiu para quem sou hoje. Acredito na força da diversidade de pensamentos, na riqueza da troca de experiências e no crescimento mútuo que nasce das conexões autênticas.
Se você chegou até aqui, espero que tenha conseguido me ver um pouco mais "A Olho Nu". Minha porta está sempre aberta para uma boa conversa, seja sobre tecnologia, filosofia, música ou os desafios e alegrias da jornada humana. Afinal, é nessa troca que continuamos aprendendo e evoluindo.
Obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo.